

Reviravolta
espetacular
no cenário
Não há saída para a economia se não houver renegociação da dívida pública interna brasileira.
Ela está, nesse ano, consumindo quase 46% do Orçamento Geral da União(OGU).
Do total estimado do OGU, em R$ 2,8 trilhões, R$ 1,3 trilhão, aproximadamente, destina-se ao pagamento de juros e amortizações.
O restante tem que ser dividido para o resto da população.
Por isso, falta verbas para a saúde, para a educação, para os transportes, para a infraestrutura, para saneamento básico etc, etc, etc.
Essa é a pauta bomba que não deixa o País andar.
Para os banqueiros, tudo; para a população, as migalhas; o povo se transformou em escravo dos agiotas.
político:
jogando
contra
ajuste fiscal,
A crise que salta aos olhos, mas parece que não se quer enxergar, especialmente, a grande mídia, porta voz dos credores, é, puramente financeira.
O Brasil, como disse o prêmio nobel de economia, Joseph Stiglitz, dos Estados Unidos, reclama, urgentemente, reforma financeira.
Os economistas nacionais fogem do problema.
O vice-presidente da República, Michel Temer, coordenador político do governo Dilma Rousseff, jogou, ontem, a toalha: a crise é gravíssima e o ponto central é a economia, disse.
Mas, ele não toca na essência, foge do problema.
Alerta que o Congresso não deve aprovar medidas que aumentem os gastos.
Repete a Rede Globo.
Miriam Leitão, comentarista econômica da Globo, deu a dica para a fala de Temer.
Ampliar gasto público, agora, é aumentar o déficit, é jogar contra o País, diz.
Mas, que gasto, qual déficit, como qualificá-lo, sem, necessariamente, homgeneizá-lo?
deputado Eduardo
Cunha, passou
a atrair o
Qual a maior fonte do déficit?
Basta olhar os números do OGU.
A covardia é total: não se fala que a maior fonte do déficit é a especulação financeira com a taxa de juro.
O medo é geral de incomodar os credores.
Todo o bafafá da corrupção e seus números são fichinhas perto do que os banqueiros levam, corrompendo as finanças por meio do sistema da dívida, que investigações auditadas revelam estarem possuídas de irregularidades, ilegalidades etc e tal.
Renegociar a dívida, esticar prazos e fixar taxas de juros mais baixas: essa é a saída para enfrentar o deficit que é bombeado pela especulação.
Caso contrário, haverá explosão financeira.
Governos estaduais, prefeituras e o próprio governo federal já estão pedindo água.
Os consumidores, no cartão de crédito, idem.
próprio PT,
bem como o PMDB,
ao mesmo tempo
A inadimplência se amplia incontrolavelmente.
Enquanto no mundo capitalista desenvolvido – refletindo no resto – a taxa de juro se situa na casa dos zero ou negativa, para evitar o agravamento financeiro dos governos, rendidos ao endividamento público, em decorrência da falência do modelo keynesiano, no Brasil, vigora-se a taxa mais alta do mundo.
De nada adianta apertar os salários, o consumo, destruir as rendas fixas, aumentar os preços das tarifas públicas em nome de ajuste fiscal, se tudo vai por água abaixo quando se dá uma puxada de um ponto percentual nos juros básicos, correspondente a, no mínimo, R$ 15 bilhões de gastos.
Se já foram dados sete aumentos consecutivos: mais de R$ 100 bilhões, para os credores, foram canalizados, superando, de muito, a totalidade programada do ajuste, na casa dos R$ 70 bilhões.
Conta de dona de casa.
O Congresso está sob ataque da população para que aprove medidas de cunho social, para melhorar a vida dos assalariados, como aumentos das receitas deles, erodidas pelos juros, que estão empobrecendo, em escalada, a população, destruindo seu poder de compra.
Há uma clara chantagem da grande mídia, de comentaristas neoliberais em geral, quando dizem que o perigo é os congressistas aprovarem pauta bomba, nesse segundo semestre.
em que isola
os defensores
do arrocho,
Temer e Levy.
Mas, que bomba?
Dar mais recursos aos aposentados, aos assalariados, canalizar mais verbas para os investimentos, tirando do orçamento, ou continuar cumprindo um roteiro suicida de pagar juros escorchantes aos agiotas que tomaram conta das finanças públicas, a partir do domínio mantido sobre os congressistas por meio de legislação eleitoral permissiva que compra os seus mandatos, condicionando-os a agirem de acordo com a banca?
Os resultados estão aí, evidenciando a destruição da economia: a indústria nacional registrou queda de quase 7% no primeiro semestre, acelerando desemprego, queda de renda, de consumo, de arrecadação, de investimento.
Enquanto a economia sofre tombos atrás de tombos, os lucros dos bancos, ao contrário, apresentam performances especutulares.
Organizados em oligopólios, que obrigam o Banco Central a praticar política monetária antidesenvolvimentista, antinacionalista, entreguista, os banqueiros sobreacumulam capital que somente pode se reproduzir, em escala ampliada, por meio da especulação e não mais por meio da produção e do consumo.
A crise política é não mais do que um mero corolário do desastre econômico.