
DEMOROU!
Marco Maia desperta tarde
para a reforma política e
tem, agora, que correr
atrás de Joaquim Barbosa
- DEVAGAR QUASE PARANDO, O PRESIDENTE DA CÂMARA PISOU NA BOLA, DEMORANDO DEMAIS PARA COLOCAR EM PAUTA A REFORMA POLÍTICA, AGORA, ALAVANCADA PELO FUTURO PRESIDENTE DO STF, JOAQUIM BARBOSA. O deputado Marco Maia(PT-RS), presidente da Câmara, está se revelou um cara devagar, diante do processo do mensalão, que coloca em questão o julgamento moral da classe política brasileira, cuja honorabilidade e crédito popular entraram em crise no jogo econômico noeliberal sob o qual o Brasil se afundou, depois do nascimento da Nova República, a partir da qual os representantes do povo, no parlamento, se subordinaram aos interesses, não dos eleitores, mas dos banqueiros e dos grandes empresários, responsáveis por bancar suas candidadutras, por intermédio de caixas dois eleitorrais, condenados, agora, pela Supremo Tribunal Federal, como prática indisfarsável de corrupção. O presidencialismo de coalizão, tocado por medidas provisórias, cujas aprovações exigem manobras corruptas, de modo a sustentar governabilidade eternamente provisória, demonstrou ser a raíz da corrupção a reclamar, dos líderes, urgente reformulação das regras político eleitorais. Caso contrário, o descrédito da categoria, perante eleitores e eleitoras, tende a aumentar, abrindo, evidentemente, espaço para a judicialização da política. Isso, aliás, tente a intensificar-se, diante da disposição do futuro presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, de, após tomar posse, acelerar contatos com a presidenta Dilma Rousseff, a fim de tocar a reforma política. Marco Maia, sentindo-se atingido, declarou que esse assunto não é nem da alçada da presidenta nem do futuro presidente do STF, mas do Legislativo. Porém, cadê a proposta do Legislativo, que, no contexto do presidencialismo de coalizão, perdeu a personalidade, deixando de cumprir suas atribuições constitucionais essenciais, expressas na apresentação, discussão e aprovação de projetos de leis, em vez de se renderem, vergonhosamente, às medidas provisórias, em meio às quais emergem as negociações espúrias, ao largo do interesse popular? O legislativo está na armadilha dos agiotas da bancocracia e dos banqueiros do bicho, como demonstram os desobramentos da CPI do Cachoeira. O deputado Marco Maia está encerrando seu mandato e, durante esses dois anos de comando da Câmara, apenas, enrolou a reforma política, tocando tópicos marginais, sem cuidar do essencial. O fundamental é o que foi feito na Argentina, pela presidenta Kirchner, com quem Lula, ontem, se reuniu em Buenos Aires. Trata-se de votar, em meio à mobilização popular – algo bem distante do que ocorre sob o reinado político das medidas provisórias, instrumento que está acabando com a democracia representantiva – projeto que convoca eleições primárias abertas, obrigatórias e simultâneas para a eleição dos candidatos a presidente, vice-presidente, deputados, senadores e prefeitos do país. O negócio é promover o poder comunitário. Por essa via amplamente democrática, participativa, os candidatos saem da avaliação da comunidade sem mácula, totalmente, ficha limpa, porque, nesse contexto, ficha suja não tem vez. Falta, agora, é coragem e determinação da classe política brasileira, que ficou de braços cruzados ao longo das duas últimas décadas de história neorepublicana, período durante o qual predominou amplamente o neoliberalismo econômico que aprisionou o Congresso nacional, colocando-o a serviço dos banqueiros, para dar cumprimento às determinações da cláusula pétrea expressa no artigo 166, parágrafo terceiro, ítem II, letra B, da Constituição de 88, cujas consequências foram barrar a construção da infraestrutura nacional – material e espiritual -, para garantir o pagamento dos serviços da dívida, a ferro e fogo. Chegou a hora da ampliação do poder popular por meio de reforma política para que no Congresso cheguem os representantes embuídos de novos compromissos, não com aqueles que subjugam a sociedade, mas com os que demandam os recursos para que sejam atendidos, realmente, os interesses populares. Que o próximo presidente da Câmara coloque em cena os verdadeiros projetos que confiram prioridade às demandas populares, não as do dinheiro da corrupção. A classe política está em débito alto com a sociedade.
Para enfrentar essa crise é urgente avançar com a proposta de Nova Arquitetura Financeira para a região. O projeto já foi aprovado nos parlamentos de 5 países latinoamericanos e no caso do Brasil nem saiu do Itamarati desde 2007!
De fato é urgente o debate, mas a prática tem que acompanhar os discursos.
Cesar,
Objetivamente, você tocou em dois pontos delicados. É um absurdo a política ser moralizada a partir da Justiça, que intervém , ao mesmo tempo, no Executivo e no Legislativo. O dep Marcos Maia foi uma figura anômica: nao deixará saudade, nem sequer uma contribuição. Apenas cumpriu o dever, ou o Regimento, legando para a Política a jurisprudência do Supremo.
Quando ao Lula ser ministro das Relações Exteriores, achei a idéia simplesmente brilhante. Porquê nao? Desde evidentemente que tenha um secretário-geral do perfil do atual titular da Pasta. A impressao que se tem é a de que integraçao regional passa hoje primeiro pelo Lula, e nao pelo Chavez. De alguma forma, precisamos ir em busca da nossa americanidade.
Abraços, e parabéns. Aylê
Estimado Cesar Fonseca
Estou totalmente de acordo com sua proposta para indicar a Lula como ministro do exterior. Proponho abrir um manifesto assinado por personalidades e autoridades políticas, intelectuais, empresariais, esportivas, etc apoiando a proposta a partir do seu artigo.
Abraços
Theotonio Dos Santos
essa campanha proposta pelo professor Theotonio deve ir adiante. Lula é o maior político sul-americano. Tem credenciais suficientes. Está sintonizadíssimo com o avanço político no continente e possui prestígio internacional. Dilma teria muito a ganhar, pois Lula fortaleceria muito seu governo. Parabéns por essa proposta.